sexta-feira, 16 de maio de 2014

Lançamento da Revista M'Boitatá



APRESENTAÇÃO 

       Ao ter diante dos olhos o projeto da nova revista da Coordenação de Artes Plásticas - e do seu Acervo Artístico, denominada de M’boitatá a sensação foi a de estar diante de um rebento. Nessas ocasiões o sorriso arrisca ir adiante dos olhos sem, no entanto, perder-se a solenidade de ser testemunha de um nascimento. Também é praxe nesses momentos desejar um grande futuro a criança que está surgindo e o desenvolvimento de uma personalidade própria que irá marcar sua trajetória. 
        Entretanto, ainda é costume ao focar nas feições que estão a surgir, tentar identificar as semelhanças com “os pais da criança”, ou em outras palavras, é importante refletir que quem surge já vem marcado pelo desejo e pela história vivida por quem o concebeu. 
         Nesse sentido o surgimento desta revista no formato eletrônico é sem dúvida fruto do amadurecimento da Coordenação de Artes Plásticas e do Acervo Artístico, que enxergam este o momento, não apenas para a divulgação de seu meritório trabalho, mas principalmente para lançar um veículo de comunicação que jogue luz para o pensamento crítico sobre a produção e a manifestação artística de nossa cidade e país. Querem ainda os editores que a mesma seja um espaço de incentivo a pesquisa sobre as coleções que compõem o Acervo Artístico, tanto é assim que este número, chamado “zero” por estar em caráter experimental, traz um artigo do servidor do Acervo, o museólogo Luiz Mariano Figueira, que aponta para as origens das Pinacotecas Municipais.
         Não poderia encerrar estas breves palavras, sem antes comentar sobre o nome escolhido para personificar a publicação eletrônica em apreço. Em uma passagem do livro de Maria Cecília Lourenço França denominado Museus Acolhem Moderno, a autora ao referir-se a constituição dos museus regionais materializados por Assis Chateaubriand, afirma que a hoje conhecida Pinacoteca Ruben Berta, seria originalmente nomeada de Galeria Boitatá em uma resposta irônica e bem humorada sobre as críticas que recebia de que estes museus seriam uma espécie de museus fantasmas. No entanto, boitatá pode ser traduzida na atualidade como um signo, ou seja, um elemento do imaginário que compõe nossa realidade. Essa revista, a tanto acalentada pela Coordenação de Artes Plásticas é agora também real. Bem vinda M’boitatá! 


Roque Jacoby 
Secretário da Cultura de Porto Alegre 




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