terça-feira, 29 de outubro de 2013

Paisagens em Meios-Tons




GUIDO, Angelo
"Paisagem", óleo sobre tela, 1949
Acervo Pinacoteca Ruben Berta



A vontade das formas


            Uma maneira instigante para comemorar os 120 anos de nascimento de Angelo Guido é observar suas paisagens. Nelas, o pintor captou a luz de Porto Alegre e os cenários do Rio Grande do Sul, dominando como poucos a arte dos meios-tons.
            A atenção dedicada à paisagem sulina deriva em boa medida da argúcia de seu “olhar estrangeiro”. Nascido na Itália (10 de outubro de 1893), ainda criança, instalou-se com a família na cidade de São Paulo, onde recebeu sua formação, primeiro com o tio Aurélio Gnochi, e posteriormente no Liceu de Artes e Ofícios. Ao chegar na capital gaúcha, em 1925, dedicou-se inicialmente à crítica de arte no Diário de Notícias. Na época, os seus textos se revestiam de pioneirismo por ser o primeiro crítico na cidade a construir uma análise aprofundada da obra de arte a partir dos possíveis diálogos com a história da arte. Valorizava as inclinações subjetivas dos artistas e estimulava o desenvolvimento de obras originais.
            A partir de 1936 passou também a lecionar no Instituto de Artes, onde permaneceu até 1962, influenciando gerações e imprimindo uma marca conservadora ao ambiente cultural porto-alegrense. Autor de diversos livros de história e crítica, Guido demonstrou erudição e conhecimento teórico. A sua postura estética correspondia, em boa medida, ao espírito predominante no ambiente artístico em Porto Alegre, onde o modernismo mais radical batia as portas das exposições locais, mas sem sucesso. A Cidade vivia nas décadas de 1930 e 1940 uma espécie de Era dos Meios-Tons, onde apenas o “modernismo moderado” de Angelo Guido conseguia ocupar espaço
         Herdeiro distante dos impressionistas, Guido provavelmente tenha concebido paisagens a partir do pensamento que fundamentava as suas aulas e textos críticos. Para ele, uma “vontade de forma” e um desejo de expressão concretizava as mais diversas realizações humanas. A vontade de Guido, o desejo de criar formas a partir de uma apropriação muito particular da pintura francesa do século XIX, em especial de Cézanne, encontrou na época grande aceitação em Porto Alegre e até os dias de hoje, o pintor-professor é considerado um mestre na representação da paisagem local. 



EXPOSIÇÃO PAISAGENS EM MEIOS-TONS 
120 ANOS DE ANGELO GUIDO
Pinacotecas Aldo Locatelli e Ruben Berta
De 30 de outubro de 2013 a 14 de fevereiro de 2014
Segunda a sexta feira, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h
Paço dos Açorianos – Praça Montevidéu, 10 – Centro Histórico – Porto Alegre
Contato: (51) 3289-3735 ou acervo@smc.prefpoa.com.br

 
 






sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Paulo Peres




PERES, Paulo
Sem título, acrílica sobre tela, 2006
Doação do artista
Acervo Pinacoteca Aldo Locatelli




PAULO PERES
(1935 - 2013)

Graduado pelo Instituto de Artes da UFRGS em 1962, estudou pintura com Iberê Camargo, xilogravura com Glênio Bianchetti e litografia com Marcelo Grassmann. Artista consagrado por inúmeras premiações, lecionou no próprio Instituto de Artes, no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, na Escola Superior de Artes de Cachoeira do Sul e na Universidade Federal de Santa Maria.