quinta-feira, 24 de abril de 2014

Britto Velho inaugura exposição na Pinacoteca Ruben berta





Britto Velho, Sem título, acrílica sobre tela, 2014



Britto Velho inaugura exposição no dia 08 de maio 

mostra apresenta as mais recentes pinturas do artista e seleção de obras da Pinacoteca que influenciaram sua obra


Inaugura no dia 08 de maio na Pinacoteca Ruben Berta uma exposição individual do professor, pintor, gravurista e escultor Britto Velho. A mostra apresenta 20 das mais recentes pinturas em tinta acrílica sobre tela, no formato 30x30cm. É a primeira vez que o artista realiza uma exposição com pequenos formatos, de caráter mais intimista.
Britto Velho também colaborou em uma seleção de obras da própria Pinacoteca. São pinturas, aquarelas e gravuras que influenciaram suas criações durante a década de 1970 e apresentam nomes como Di Cavalcanti e Peter Behan, entre outros. “Antes mesmo de a Pinacoteca existir com este nome, eu já adorava frequentar o acervo da prefeitura”, revela Britto. “São artistas que me influenciaram fortemente e estou muito feliz de poder contar um pouco da minha história através dessas obras”, afirma.
No dia 12 de maio, às 19h, o artista participa de conversa na Pinacoteca com o tema Conexões da Pinacoteca Ruben Berta com a obra de Britto Velho, evento integrado à 12ª Semana de Museus. As mostras seguem em cartaz até 11 de julho com entrada franca.





A representação do corpo não é novidade no trabalho de Britto Velho. Ao longo da carreira, o artista focou a figura humana em tudo que ela oferece como universo a ser plasticamente explorado e como nicho de reflexão filosófica. Pois este inquieto porto-alegrense é um sujeito cosmopolita, que testemunhou a eclosão das vanguardas na Buenos Aires na década de 1960, passou por estudos em Paris e vivenciou uma exitosa temporada em São Paulo, com participações em inúmeros salões, além de mostras individuais em diferentes museus e galerias.
Considerando esta vivência em cidades referenciais, poderia ter encaminhado sua carreira pelas múltiplas possibilidades que a arte contemporânea oferece, ou mesmo por outras veredas no campo da pintura, como a abstração, ou ainda gêneros tradicionais como a paisagem e natureza-morta. Mas Britto Velho se realiza enquanto um observador atento da humanidade. Senhor de aparência sóbria pode até parecer um paradoxo que venha a registrar a condição humana com as cores fortes que caracterizam a visualidade latino-americana e com um desenho que reconstrói dramaticamente o corpo através dos seus fragmentos, muitas vezes interligados a detalhes de objetos do cotidiano ou mesmo de animais. Mas o fato é que Britto Velho é um homem sorridente, dançarino contumaz e excelente contador de histórias. Assim vive sua vida: desenhando incessantemente uma nova identidade do humano, criando formas inimagináveis sobre as suas telas, saturando-as de cores improváveis.
E assim desvela o ser humano em tempos de incertezas e transformações. Reconstitui o corpo pelas suas partes em um novo arranjo, transfigurado, agregando próteses de origem inumana. Recupera assim o lugar do corpo na arte e sua aptidão em sinalizar o sentido de um  novo tempo.
                                                                                                          Anete Abarno e Flávio Krawczyk 



 


Carlos Carrion de Britto Velho (Porto Alegre RS 1946). Pintor, desenhista, gravador, professor e escultor. Muda-se para Buenos Aires (Argentina) e reside dos onze aos dezenove anos na cidade, onde faz as primeiras pinturas. Em 1965 retorna a Porto Alegre, onde expõe pela 1ª vez em 1971. Estuda litografia com Danúbio Gonçalves, em 1974.
No ano seguinte, viaja a Paris (França) e faz estágio na gráfica de litografia Desjobert. Na cidade pinta a série Reflexões e Variações sobre a América Latina, onde as figuras em cores escuras surgem vendadas e com microfones, que segundo o artista representam uma denúncia à ditadura da época. Fica em Paris até 1976, quando volta ao Brasil e passa a lecionar pintura no Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre, entre 1978 e 1981. Nessa época ocorre uma mudança em seu trabalho. As figuras passam a ter olhos novamente e como no início de sua carreira, são pintadas em tonalidades mais claras.
Em 1981, as figuras ganham um 3º olho, o que segundo o artista significa o olho da visão interior. Nas pinturas, interagem o homem, animais e objetos do cotidiano, como elefantes de rodas, transformando-se em veículos e esses possuindo membros humanos. A partir daí em todas as pinturas observam-se os três olhos, até 1995, quando volta a pintar figuras com dois olhos. É convidado pela Rede Brasil Sul de Comunicações de Porto Alegre a fazer um outdoor para o projeto Vamos Colorir a Cidade. Muda-se para São Paulo em 1985 e no ano seguinte participa da 2ª Bienal de Havana. Participa do Projeto Extremos, uma exposição de pintura com Aprígio Fonseca, Dina Oliveira e Leonel Mattos, montada em 10 capitais brasileiras. É convidado pelo Sesc Pompéia em São Paulo a realizar o cartaz da exposição Gente de Fibra, mostra de que participa com esculturas.
Em 1991, volta a morar em Porto Alegre, onde recebe homenagens do Museu de Arte Contemporânea de Porto Alegre - MAC e do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli - Margs que dão destaque a sua obra. Nessa época realiza a retrospectiva O Realismo Mágico de Britto Velho, com obras desde 1975. Realiza em 2011, na La Photo Galeria, uma mostra individual de pinturas, com recentes produções do artista. Em 2012, ganhou o Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, e a Casa Rima e os criativos da Galeria Mascate apresentam a edição limitada de estampas do consagrado artista Britto Velho, dando continuidade em 2013, com o lançamento de baguettes. Vive atualmente em Porto Alegre, onde ministra cursos particulares de pintura em seu ateliê.




BRITTO VELHO

pinturas recentes



UM OLHAR SOBRE A PINACOTECA

obras da Pinacoteca referenciais para o artista

Abertura dia 8 de maio de 2014, às 19h

Visitação de 9 de maio a 11 de julho de 2014

segunda a sexta das 9h às 18h

  
Conversa com o artista
12 de maio de 2014, 19h
conexões da Pinacoteca Ruben Berta com a obra de Britto Velho
evento integrado à 12ª Semana de Museus

Pinacoteca Ruben Berta
Rua Duque de Caxias, 973 - Centro Histórico
(51) 3224-6740

Equipe: Amanda Oliveira, Carmem Salazar, Fernanda Evangelista, Hélio da Silva,
Jacques de Souza, Luis Mariano, Manuela Raupp, Pedro Vargas e Vilma dos Santos.
Estagiários: André Woltz, Eduardo Silveira, Leonardo Eleutherio e Matheus Lacerda.
Fotos: Leopoldo Plentz. Divulgação: Bruna Paulin. Design Gráfico: Andrei Beer.






 



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