quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Clássicos na Pinacoteca: Violão e flautas na Pinacoteca Ruben Berta





O Auditório Briane Bicca da Pinacoteca Ruben Berta receberá uma nova edição do Projeto Clássicos na Pinacoteca. Trata-se do recital “Fernanda Krüger Convida Flautistas”, reunião de quatro instrumentistas atuantes no cenário musical do Rio Grande do Sul. Fernanda Krüger, Clarissa de Godoy Menezes, Cláudia Schreiner e Eliana Vaz Huber, profissionais do violão, da flauta doce e da flauta transversa, são também colegas de instituição, trabalhando na área de educação musical do Instituto Federal do Rio Grande do Sul - Campus Porto Alegre: as quatro musicistas são professoras do Projeto Prelúdio e do Curso Técnico em Instrumento Musical. Esta proximidade fez com que, em diversos momentos, Fernanda se reunisse com cada uma delas para realizar música de câmara em apresentações dentro e fora da instituição. Assim, o recital surgiu da ideia de congregar esta parceria que já ocorre a alguns anos entre as musicistas.
O repertório escolhido contará com obras para violão solo, para trio de flautas doces e obras para flauta doce e violão e para flauta transversa e violão. Esta apresentação mostrará compositores consagrados do repertório erudito violonístico, como Matteo Carcassi (1792-1853) e Heitor Villa-Lobos (1887-1959), mas também Aníbal Augusto Sardinha (1915-1955), conhecido como Garoto, importante influência para a bossa nova. Trará obras de uma época de grande importância para a flauta doce, o Barroco, como a música de Jean-Baptiste Loeillet (1680-1730). Haverá ainda obras de câmara de compositores da cena musical gaúcha e brasileira: Bruno Kiefer (1923-1987), com músicas para flauta doce e violão; Gaudêncio Thiago de Mello (1933-2013), com obras para flauta transversa e violão, arranjadas por Daniel Wolff; Fernando Mattos (1963), com obra original para trio de flautas doces. Também ocorrerá a estreia da obra “Milonga da Mina”, de Mattos, escrita especialmente para este recital.




Clássicos na Pinacoteca
FERNANDA KRÜGER CONVIDA FLAUTISTAS

Pinacoteca Ruben Berta
Rua Duque de Caxias, 973 - Centro Histórico - Porto Alegre
16 de outubro de 2018, terça-feira, 18h30
ingresso:  contribuição espontânea (lotação: 50 lugares)

Clássico e contemporâneo na Pinacoteca Aldo Locatelli



 Em pleno Centro Histórico, a “Prefeitura Velha”, como é popularmente conhecida a centenária edificação onde está a Pinacoteca Aldo Locatelli, vai receber duas novas exposições que darão o pontapé inicial do 32º Festival de Arte de Porto Alegre.

EMILIO SESSA
tempo de lembranças

Gôndolas de Veneza, sem data. óleo sobre tela.
35x20cm

A motivação desta mostra é evidenciar o perfil artístico do italiano Emilio Sessa (Bergamo, 1913-1990) e também comemorar os 10 anos do Instituto criado para homenagear este pintor que residiu no Brasil de 1948 a 1965.  Serão apresentadas paisagens urbanas, cenas rurais, marinhas e naturezas-mortas executadas tanto no período em que aqui esteve, como na sua volta à Bergamo.
Emilio Sessa é mais conhecido pela pintura mural realizada em igrejas no Rio Grande do Sul, para onde veio, mais especificamente para Pelotas, com o propósito de realizar os murais da Catedral de São Francisco de Paula. Para acompanhá-lo, convidou o conterrâneo Aldo Locatelli, com quem trabalhou em outras obras. Fez seus estudos na Escola de Arte Aplicada Fantoni e na Oficina de Arte de Fermo Taragni, em Bergamo, em companhia de Aldo Locatelli. Contudo, a familiaridade com a arte sacra já vinha desde a infância, quando auxiliava o pai, decorador de igrejas.
As suas experiências de vida, consolidadas em lembranças, tornavam-se motivações transpostas para as telas, onde o artista se valia da memória afetiva, como é possível constatar em Inverno em Veneza e Gôndolas de Veneza. Tratando-se de obras realizadas em Porto Alegre, era, portanto, a Veneza que havia conhecido e que permanecia na memória. Assim, conservava a Itália presente em sua vida, como se pode constatar nos trabalhos desta mostra.
Acompanhando o conjunto de seus trabalhos, percebe-se de imediato a existência de vínculos diretos das vivências em Bergamo e arredores. Certamente o fazia também pelo prazer do tema, como é o caso da Porta de San Lorenzo. Esta é uma pintura executada com cores fortes, enfatizando a ostentação de sua importância temática. Por ser a entrada da cidade antiga, mostra que, historicamente, ultrapassar o pórtico significava ser aceito pelos cidadãos. Tal imponência transparece no quadro.
As obras expostas abrangem o período aproximado de trinta anos, e nesses transparecem as mudanças ocorridas. Na tela Città Vecchia, tendo como ponto de atração a escadaria de acesso à cidade antiga, o pintor equilibra a composição com a vegetação, onde os ciprestes em movimento trazem para a tela a presença real do vento. As copas das demais árvores acompanham o mesmo movimento.
De fato, Emilio Sessa é herdeiro direto da clássica figuração italiana e claramente uniu a sensibilidade à habilidade e à técnica em composições exemplares.

Città Vecchia, 1974. óleo sobre tela. 44x53cm

Inverno em Veneza, 1951. óleo sobre tela . 30x27,5cm

Porta de San Lorenzo, sem data. óleo sobre tela. 20x30cm




ACÚSTICOS E ELÉTRICOS
aparelhos sonoros de Chico Machado


A exposição apresenta a produção recente de objetos sonoros de Chico Machado, cuja última individual realizada em Porto Alegre foi em 2013. Artista plástico, performer, músico experimental e professor do Departamento de Arte Dramática do Instituto de Artes da UFRGS, Chico Machado é um pesquisador que, em sua trajetória iniciada em meados da década de oitenta, atuou e atua nas áreas das histórias em quadrinhos, do desenho, da pintura, do vídeo, da escultura, da performance, da música e do teatro. A sua produção atual, apresentada nesta exposição, reflete a multiplicidade de meios e linguagens artísticas entre as quais transita e o universo de investigação que permeia as suas práticas.
Muitos dos dispositivos sonoros oferecidos ao público nesta exposição foram elaborados para serem utilizados em performances. A circunstância da performance é distinta da circunstância expositiva, pois o uso controlado que o artista confere aos aparelhos na situação da performance, a exploração máxima de suas capacidades, recursos e limitações nem sempre são possíveis de serem oferecidos e compreendidos pelo público. Além disso, temos uma compreensão culturalmente e historicamente construída sobre os modos como devemos nos comportar em exposições das artes ditas visuais. É só para olhar? O público pode realmente tocar nos objetos? E em quais partes pode tocar?
Pois bem, nesta exposição, para ouvir o visitante terá que tocar, pois a dimensão sonora da experiência que os objetos oferecem é tão importante quanto a experiência visual.



Pinacoteca Aldo Locatelli / Paço dos Açorianos (“Prefeitura Velha”)
Praça Montevidéu, 10, Centro Histórico – Porto Alegre


visitação: 10 de outubro até 23 nov 2018 / seg a sex, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h
informações: (51) 3289-3735 / acervo@smc.prefpoa.com.br
gratuito