segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

ENTREGA DA OBRA DE RESTAURAÇÃO DA SEDE DA PINACOTECA RUBEN BERTA






ENTREGA DA OBRA DE RESTAURAÇÃO DA SEDE DA PINACOTECA RUBEN BERTA
PROJETO MONUMENTA/IPHAN/SMC/PREFPOA
            No final da tarde dessa segunda feira será entregue à população de Porto Alegre a obra de restauração da casa que sediará a Pinacoteca Ruben Berta, da Secretaria Municipal da Cultura. A obra é parte das ações do Programa Monumenta, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN em parceria com a administração de Porto Alegre, sendo o valor da obra R$ 2.300.000, dos quais R$ 200.000 de contrapartida Municipal. O recém lançado Programa PAC Cidades Históricas, do IPHAN, destinou recurso no montante de R$ 500.000,00 para equipar a Pinacoteca, permitindo, assim, o seu pleno funcionamento.
            A possibilidade de instalação da Pinacoteca na casa deveu-se a sua cessão ao Município pela Secretaria do Patrimônio da União, órgão do Ministério do Planejamento em maio de 2006. A casa, cuja localização nas proximidades do Palácio Piratini é ilustrativa do destaque das famílias que a habitaram, foi construída no século XIX e ampliada em reforma de 1916, quando sua fachada assumiu a feição eclética. Possuía originalmente dois pavimentos e porão, com entrada lateral. As sucessivas ampliações lhe agregaram área e imponência, passando a ter um vestíbulo ricamente ornamentado. Hoje a casa conta com três pavimentos utilizáveis, somando uma área construída de 800 m², além de um jardim posterior, com 230 m², onde se localiza uma cisterna.
            Por ocasião da cessão da casa à Secretaria Municipal da Cultura, a mesma se encontrava em ruínas, estava destelhada e tinha perdido boa parte das paredes internas, algumas de estuque, assim como os entrepisos de madeira; sua fachada estava degradada, assim como as esquadrias e os elementos em serralheria. Logo após ter entrado na posse da casa, com a cooperação do Exército, foi retirado o entulho e analisadas as condições da casa, selecionando-se e armazenando os fragmentos úteis a sua restauração, tais como partes das esquadrias e vestígios dos frisos artísticos do vestíbulo. Por meio de prospecções arqueológicas foi descoberta no pátio uma cisterna de grandes proporções, abarrotada de entulho de construção. Também as sucessivas fases de ampliação da casa puderam ser identificadas, e parte dos muros mais antigos pode ser visualizada em janela no piso no vestíbulo.
             Executada em duas etapas, a segunda das quais agora se conclui, a obra foi complexa devido ao estado de arruinamento da edificação. O projeto é de autoria de duas arquitetas da Equipe do Patrimônio Artístico e Histórico da Coordenação da Memória Cultural, SMC, com acompanhamento da obra pela equipe do Monumenta e fiscalização pelo IPHAN.
            A casa oferece acessibilidade para seu uso por deficientes, é dotada de climatização, sistema de prevenção de incêndios e alarme, agregando uma reserva técnica, área para laboratório de conservação, sala de quarentena para obras de arte e documentação, além de local para um café a ser instalado no terraço coberto, podendo estender suas mesas ao jardim posterior, pavimentado com pedra portuguesa.
            São itens importantes o vestíbulo caracterizado pela ornamentação apurada, tendo frisos de estuque executados por um artífice de Pelotas, especializado em recomposição de ornatos por meio de moldes a partir dos fragmentos recolhidos; o porão, que teve o seu piso rebaixado de modo a permitir a sua utilização como um pequeno auditório, dotado de acesso por rampa desde a calçada. Os entrepisos foram todos refeitos, assim como a cobertura, cujo telhado com duplo isolamento, manteve as tradicionais telhas cerâmicas. Das esquadrias, são originais as das aberturas da fachada. A confecção das demais seguiu o modelo das encontradas na casa. A restauração do trabalho de serralheria artística da sacada frontal fez ressurgir a sua qualidade. A cisterna teve consolidados os muros internos e agora volta a recolher água dos telhados, empregada para a limpeza de pisos e a rega de canteiros. O elevador panorâmico, aproveitando um antigo poço de ventilação, iluminado por clarabóia desde o alto, conduz do porão ao pavimento térreo, sendo que o piso dos patamares, em vidro leitoso, permite a iluminação natural das áreas de circulação e das escadas. Essa, aliás, é uma característica da Pinacoteca: a profusa iluminação natural, conferindo-lhe especial leveza.
            Resultado de uma ação cooperativa de muitos, esse é mais um atrativo cultural que Porto Alegre oferece a todos. A Pinacoteca Ruben Berta, com seu qualificado acervo acolhe os amantes da arte e do patrimônio histórico de braços abertos!




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