ENTREGA DA OBRA DE RESTAURAÇÃO DA
SEDE DA PINACOTECA RUBEN BERTA
PROJETO MONUMENTA/IPHAN/SMC/PREFPOA
No final da
tarde dessa segunda feira será entregue à população de Porto Alegre a obra de
restauração da casa que sediará a Pinacoteca Ruben Berta, da Secretaria
Municipal da Cultura. A obra é parte das ações do Programa Monumenta, do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN em parceria com a
administração de Porto Alegre, sendo o valor da obra R$ 2.300.000, dos quais R$
200.000 de contrapartida Municipal. O recém lançado Programa PAC Cidades
Históricas, do IPHAN, destinou recurso no montante de R$ 500.000,00 para equipar
a Pinacoteca, permitindo, assim, o seu pleno funcionamento.
A possibilidade
de instalação da Pinacoteca na casa deveu-se a sua cessão ao Município pela
Secretaria do Patrimônio da União, órgão do Ministério do Planejamento em maio
de 2006. A
casa, cuja localização nas proximidades do Palácio Piratini é ilustrativa do
destaque das famílias que a habitaram, foi construída no século XIX e ampliada
em reforma de 1916, quando sua fachada assumiu a feição eclética. Possuía
originalmente dois pavimentos e porão, com entrada lateral. As sucessivas ampliações
lhe agregaram área e imponência, passando a ter um vestíbulo ricamente ornamentado.
Hoje a casa conta com três pavimentos utilizáveis, somando uma área construída de
800 m²,
além de um jardim posterior, com 230
m², onde se localiza uma cisterna.
Por ocasião
da cessão da casa à Secretaria Municipal da Cultura, a mesma se encontrava em
ruínas, estava destelhada e tinha perdido boa parte das paredes internas,
algumas de estuque, assim como os entrepisos de madeira; sua fachada estava degradada,
assim como as esquadrias e os elementos em serralheria. Logo após ter entrado
na posse da casa, com a cooperação do Exército, foi retirado o entulho e analisadas
as condições da casa, selecionando-se e armazenando os fragmentos úteis a sua
restauração, tais como partes das esquadrias e vestígios dos frisos artísticos
do vestíbulo. Por meio de prospecções arqueológicas foi descoberta no pátio uma
cisterna de grandes proporções, abarrotada de entulho de construção. Também as
sucessivas fases de ampliação da casa puderam ser identificadas, e parte dos
muros mais antigos pode ser visualizada em janela no piso no vestíbulo.
Executada em duas etapas, a segunda das quais agora
se conclui, a obra foi complexa devido ao estado de arruinamento da edificação.
O projeto é de autoria de duas arquitetas da Equipe do Patrimônio Artístico e Histórico
da Coordenação da Memória Cultural, SMC, com acompanhamento da obra pela equipe
do Monumenta e fiscalização pelo IPHAN.
A casa oferece
acessibilidade para seu uso por deficientes, é dotada de climatização, sistema
de prevenção de incêndios e alarme, agregando uma reserva técnica, área para
laboratório de conservação, sala de quarentena para obras de arte e
documentação, além de local para um café a ser instalado no terraço coberto,
podendo estender suas mesas ao jardim posterior, pavimentado com pedra portuguesa.
São itens
importantes o vestíbulo caracterizado pela ornamentação apurada, tendo frisos
de estuque executados por um artífice de Pelotas, especializado em recomposição
de ornatos por meio de moldes a partir dos fragmentos recolhidos; o porão, que teve
o seu piso rebaixado de modo a permitir a sua utilização como um pequeno
auditório, dotado de acesso por rampa desde a calçada. Os entrepisos foram
todos refeitos, assim como a cobertura, cujo telhado com duplo isolamento,
manteve as tradicionais telhas cerâmicas. Das esquadrias, são originais as das
aberturas da fachada. A confecção das demais seguiu o modelo das encontradas na
casa. A restauração do trabalho de serralheria artística da sacada frontal fez
ressurgir a sua qualidade. A cisterna teve consolidados os muros internos e
agora volta a recolher água dos telhados, empregada para a limpeza de pisos e a
rega de canteiros. O elevador panorâmico, aproveitando um antigo poço de
ventilação, iluminado por clarabóia desde o alto, conduz do porão ao pavimento
térreo, sendo que o piso dos patamares, em vidro leitoso, permite a iluminação
natural das áreas de circulação e das escadas. Essa, aliás, é uma
característica da Pinacoteca: a profusa iluminação natural, conferindo-lhe
especial leveza.
Resultado de
uma ação cooperativa de muitos, esse é mais um atrativo cultural que Porto
Alegre oferece a todos. A Pinacoteca Ruben Berta, com seu qualificado acervo acolhe
os amantes da arte e do patrimônio histórico de braços abertos!
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