quinta-feira, 25 de setembro de 2014


Painéis de Carlos Scliar no Paço Municipal são restaurados



Foto: Ivo Gonçalves/PMPA
Inauguradas em 1974, pinturas sofreram com poluição e umidade
Inauguradas em 1974, pinturas sofreram com poluição e umidade

Os painéis do artista plástico gaúcho Carlos Scliar,  "Formação da cidade de Porto Alegre” e “Porto Alegre e sua projeção para o futuro”, instalados no Salão Nobre do Paço dos Açorianos, estão sendo restaurados. De grandes dimensões, as obras foram inauguradas em novembro de 1974 dentro das comemorações da Semana de Porto Alegre e, desde então, não haviam recebido nenhuma ação de restauro. Segundo a restauradora Fernanda Matschinske, por estarem localizadas na área central da cidade, as pinturas sofreram ao longo dos anos com a poluição do ar e as variações de umidade relativa e temperatura, além de outros agentes agressores. O trabalho que está sendo executado compreende a limpeza química para remoção das sujidades e fungos e a reintegração cromática de pequenas perdas causadas por abrasões. O painel “Procissão da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes”, também localizado no Paço dos Açorianos, sofreu a mesma intervenção de restauro em janeiro de 2014.

Originalmente encomendados pelo prefeito Telmo Thompson Flores para o Salão Nobre da Prefeitura  os painéis abordam, respectivamente, a evolução da cidade (painéis 1 e 2) e a procissão da festa de Nossa Senhora dos Navegantes (painel 3). Para a realização destas obras, Carlos Scliar apropriou-se poeticamente de documentos, fotos antigas e de obras já incorporadas à iconografia da cidade de autoria de Angelo Guido, José Lutzenberger e Martha de Wagner bem como da imagem fotográfica de prédios históricos que compõem a arquitetura porto-alegrense como o Mercado Público e a Igreja Nossa Senhora das Dores. Os painéis foram pintados com pigmentos e cola vinílica, tendo como acabamento um revestimento com cera e, ainda, aplicações serigráficas (painéis 1e 3).

Segundo o crítico carioca Roberto Pontual, Scliar percebeu com clareza a extensão do desafio: tratava-se de equilibrar a necessidade do documento com a fatalidade da transfiguração, ou, em outras palavras, de encontrar o ponto de ajuste exato entre o que já está feito e o que deve ser feito, entre o fato e a revisão, entre a história e o estilo.


 
/cultura
Texto de: Flávio Krawczyk (estagiário SMC) / Supervisão: Cléber Seydelles
Edição de: Gilmar Martins
Autorizada a reprodução dos textos, desde que a fonte seja citada.




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